quarta-feira, 23 de abril de 2014

No mundo:

continuamos iludidos pensando que o mundo é nosso e podemos fazer com ele o que bem nos apetecer. Continuamos iludidos que ele estará sempre na totalidade das funções e acções para corresponder aos nossos caprichos. Continuamos iludidos que ele continuará, sem cessar, a alimentar todos os nossos costumes, totalmente ofensivos e fora do 'padrão' ético e moral perante o que nos é exterior. Continuamos a querer continuar iludidos porque somos seres racionais com a racionalidade activasomente quando os factos nos são directamente malignos. E mesmo nessa altura a racionalidade passa a acção instintiva.

Nós, constantemente, insistimos em ter de ver a terra nos sorrir. Insistimos que a terra tem a obrigação de nos dar, e dar e dar ainda mais. Que o mundo é sempre pouco e por isso escavamos, e dilaceramos e vamos até onde nem sequer nos aguentamos, só pelo mesquinho prazer de ter o mais por esticão. A terra não nos deve nada. Nem nada nos deve nada. Porquê essa insistência em ter que ter, em ter que ser dono? Porquê essa insistência? A terra, o mundo, o espaço, não são nossos. Nós somos pertencentes dele. Nós somos matéria que constitui. Para quê escolhermos ser cancro?
Percebam:
a terra sorri porque lhe roubamos o sorriso.
Que não se faça com que ela nos tenha que sorrir somente, mas que simplesmente se sorria com ela.
Devolva-se o sorriso à terra. Devolva-se à terra o que dela é, o que dela somos, o que dela emana. Sejamos espelhos para com ela, e aí sim, nem nada teremos que pedir nem buscar, porque quando a terra floresce a magia é tão expansiva quanto o infinito do universo existente. 

Tudo do depois do Mar

Os sorrisos serão a constante, num nunca total bem estar, mas já nem isso importa, porque isso foi. Agora, é tempo de limpar a casa, repor as flores do vaso que dão cheiro ao corredor de entrada, limpar o pó dos móveis, passar o chão a pano. Deixar a casa a brilhar. A chegada será fantástica. Tudo estará nos conformes. Nada passará em vão e todos irão ver os sorrisos de novo a esvoaçar na cara redonda. 

E no outro lado tudo arde. Tudo arde e tudo se destrói e a sensibilidade não se questiona, porque nem para lá está voltada. É tempo de extremos. É tempo de questões e de antagonismos. É tempo de morte e de exploração e de escravidão e a vida corre e vai indo porque assim fizeram-na andar. 
Mais do que um limpar da casa, há que saber como limpá-la. Mais do que olhar para a estrada, há que saber caminhar nela. Mais do que falar do ser humano, há que sê-lo. 

É tempo mais do que de limpezas. É tempo de renovações; de espírito, de alma, de amor. Renovar o amor, não para um dia que se avizinha mais ou menos festivo entre casais; mas renovar o amor na sua essência, na sua complexidade simples de ser universal. De ser mais e ser maior. De ser tudo o que é ao redor, porque a natureza é paz.

Se tanto se luta por amor, que se lute por deixar a luta de lado e simplesmente que se seja amor. Porque antes na terra, do que debaixo dela antes do tempo. Porque antes o sonho do que o pesadelo que se manifesta. Porque antes o mais, do que o menos que vem sendo tanto. 

É tempo de repor o jardim. De repor as flores que fazem o jardim receber as abelhas na busca pelo mel. É tempo de receber as abelhas pelo mel, e convidá-las a tomar um chá com esse mel. Nada mais do que um sorriso, nada mais do que aceitação. Nada mais do que direitos. Sempre tudo com o propósito global. “não me emprenhem mais pelos ouvidos”, chega de sermos fechados, porque se a compreensão chega longe, mais longe podem chegar os actos. E se a esperança ainda significa algo neste mundo de loucos, que valha a pena então usá-la para cumpri-la. 

Que se percebam as diferenças para torná-las em igualdades. Não é utopia, é consciência. 

Façamos com que o viver seja belo e seja imenso e seja vida. 

Havemos de nos encontrar às portas do arco-íris; porque o sonho é tão real quanto o que o fizermos ser. E é tempo de o fazer ser.

A realidade precisa de sonho, e é preciso neste momento uma paleta bem cheia de luz. Sejamos essa luz para que nunca mais se tenha que fugir nem se queira fugir, e se viva a felicidade na terra assim como ela é.

O passeio de madrugada no labirinto sem luz no fim

E eu deixo. Deixei e deixaria de novo. Deixaria acontecer porque o amor é mais perto. Tu sabes. Não, não toques aí que já não sinto. Não, aí é somente um buraco negro que existe. Sim. Tu sabes bem. Embrenhei a força do sentir e esqueci. E agora...sonho só sonho e sonho e sonhos e mortes. E pesadelos infindáveis do amor e do amar. E a desilusão e o sem querer partir, e o partir a ficar mas estando longe. Só o hoje, mas sem o nada, porque nem o tudo basta. E se amar fosse mais, eu queria ser menos, mas sempre fui mais e agora nem sou, nem és nem somos, mas fomos e ficamos apesar de nunca mais voltar, mas é. Porque foi. Mas não será, porque já deixou de ser. E não mais. Mas mais tudo. E paro agora...
Mas continuo porque não consigo, mas tento. Eu tento mas não consigo. Eu sei que não consigo, mas paro para tentar... e se me esforçar mais morro, e então renasço. Eu quero e quis, mas agora é tarde e vim aqui. E fui. Parti.
Fiquei para que soubesses que nunca mais poderíamos ser. Mas somos. Seremos porque sempre fomos. Talvez não seja o sempre sempre a ser, mas sempre fomos e agora é um adeus. Eu desiludo e iludo-te, mas tu é que iludiste e eu desiludo-me. E eu quero e não sou eu a querer. Eu só quero o mais que não sou. Eu só quero ar para gritar ao infinito do copo meio cheio de vinho que me trespassa a alma de arco-íris negro. Só quero ficar longe para poder sentir o fogo que me refresca e saber que se o amor é mais eu sou sempre menos, mas se o amor é menos, então eu nem sequer fui. E se mesmo depois disto existem dúvidas eu só quero que saibam que a história é o que eu faço, o amor é o que eu não sou, e eu não sou de facto eu. Se o fado que insisto em ter é metal, então fico a ouvir o cantar dos pássaros. Porque tu és longe, és hoje e infinito. És forma de ser ridículo, és, és, és,és e eu deixo. Eu consinto porque sinto, mas não amo. E não te amo. E se sofro agora talvez um copo de água me salve. Por isso pego na panela de água a ferver para servir de moleta, de âncora. Sirvo-me do estar longe. E sirvo-me ainda mais deste buraco negro que não criaste.
Porque o mais mágico, é que nada criaste, nem nada deixaste, nem nada me fizeste, nem nada eu senti. E assim é o meu fim. Sem o buraco negro porque ele não foi criado. Sem o prazer de ser espezinhado. Mas ainda assim estou de todas essas maneiras. Porque tu nada fizeste e nada criaste, mas tudo me deste e tudo me tiraste. Mas nada me fizeste e agora é só sonho e sonho e sonhos e mortes. Porque agora eu morro como nasci e nasço a morrer sem ti, desde sempre.

terça-feira, 25 de março de 2014

A vida é um eco

Tudo o que vai volta. Nunca volta o mesmo, volta somente reflectido. Nunca volta mais ou menos, volta somente diferente. Volta tudo tendo em conta como foi lançado. O universo aclama a favor se o brilho for puro e mágico. 
Quando sentimos que algo não esta bem, questione-mo-nos onde está o mal. 
Somos o reflexo do que buscamos. Cada vez mais, e sempre.
Somos o reflexo e devemos ser o exemplo, pois só mostrando podemos esperar algo na base da mudança ou do entendimento. Porque o exemplo é a forma mais clara, coesa, concisa-existente para o manifesto da vida plena de bem-estar e bem ser.




Estamos num ciclo que se renova. (A repetição é a prova.)

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Diogo Divagações

Talvez, o mais que as palavras trazem.

Sou sonhador. Acredito na possibilidade de voar sem asas. Acredito na possibilidade de gritar no infinito. Assim, como acredito, na possibilidade de não mais ser sucinto na acção. E na verdade; sendo só, rodeado de imenso, salto prados em galope de gigante até ao 'constactar'.

Tenho os sonhos dentro e fora de mim. Tenho-vos no peito e viajam. E voltam.


Sei dos continuares em que caminho para uma conclusão, perdendo os inícios - longínquos.
Se do espaço que me cerco e me concentro em cultivar tiro vida, alma e sina, porque hei-de eu parar?
Só almejo, não expectante, um sorrir pleno e em plano de fundo onde possa adormecer. Descansar. Renascer. Concentrar. Aumentar em partilha esse plano, porque a vida brilha.

Sou daqui sem local, onde o (estar) preso é o meu mal, mais pesado e cansativo. Solto fios invisíveis. Permaneço ainda assim. Porque longe vai o tempo em que esquecer era regra, agora tudo é um presente, [uma continuação], que se regenera.

Só mais do que o olhar de sempre. Só ter o hoje dito em 'hoje'; a ressonância, o vibrar, o reverberar, o propagar; o escutar do HOJE.

É sem custo. É com crescimento, somente.
É bom crescer.
Fazendo tudo parte do crescer, aceitar sorrir e manter, progredir de frente com a compaixão.

Em espaço de arco-íris quero desnascer.

Esta vida é-me pouca para o muito que sonho.

E mais e mais e mais.

Sempre é alma, [sempre é mais], em explosão germinar as ligações neurais que nos fazem ser seres com consciência da vida na vida.

Serei tudo quanto o máximo me permitir, sentindo honra pelo eterno ínfimo acontecimento que presencie. Isso, eu, juro!